Sala inclusiva: uma proposta didática para professores de alunos surdos e ouvintes
Data
2022-02-28
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
As pesquisas na área da educação especial na perspectiva inclusiva, especificamente, apontam
fragilidades no processo de ensino-aprendizagem de alunos surdos inseridos em salas inclusivas
(comuns). As fragilidades que dizem respeito à comunicação visuoespacial, à Língua Brasileira
de Sinais-Libras, aos conhecimentos específicos e às ações pedagógicas e que envolvem o
alunado surdo estão diretamente relacionadas ao professor desse público. Em outras palavras,
implica dizer que a acessibilidade precisa ser ampliada e compreendida a partir dos sujeitos a
que se destina. Assim, este estudo objetiva refletir, no contexto da sala inclusiva, sobre as
contribuições da ergonomia e da comunicação visuoespacial na dinâmica de ensino aprendizagem do aluno surdo, e sobre a importância do conhecimento dessas áreas para a
formação de professores. A investigação ocorreu em dois institutos federais, no Instituto Federal
de Roraima - IFRR e no Instituto Federal do Amazonas – IFAM, com 19 participantes, sendo: 08
professores, 04 tradutores e intérpretes de Língua de Sinais, 03 alunos surdos e 04 alunos
ouvintes. A pesquisa se caracteriza como uma proposição interventiva junto a um público que se
comunica por meio do campo visouespacial, onde as mãos falam e os olhos ouvem e que requer,
sobretudo, dos docentes, adequações que promovam sua inclusão. Nesta perspectiva,
procuramos desenvolver uma investigação de cunho qualitativo, com base no estudo de caso,
tomando-se como referência a metodologia proposta por Yin (2001), em diálogo Hernandéz
Sampieri (2013) e Gil (2008). Para a fundamentação teórica utilizamos autores como Quadros
(2004), Gaudiot (2010), Fransolin (2016), entre outros, bem como nos propusemos a trazer
análises do contexto da educação de surdos, pesquisas das práticas educativas, e também a
legislação brasileira referente ao alunado surdo, como, por exemplo, o Decreto nº 5.626/05 que
dispõe sobre a Libras. Do mesmo modo, consultamos artigos, livros, material didático,
dissertações e teses que versassem sobre a temática em pauta. E a partir deste, centralizamos
nosso estudo no desenvolvimento de algumas diretrizes operacionais que auxiliassem o
professor na prática didática, articulando-a a aspectos visuais no âmbito do ensino, a saber, a
comunicação visuoespacial e ergonomia, na proposição de uma didática visual. As questões
ergonômicas e de acessibilidade somam-se à ação didática do professor no processo de
formação, seja, inicial ou contínuo. Como resultado, a partir da conexão entre os profissionais
que atuam na linha de atendimento com aluno surdo, verificamos que a escola ainda trabalha
com uma organização tradicional de sala, sem considerar o movimento inclusivo. Neste sentido,
o conhecimento sobre a ergonomia, a acessibilidade da comunicação visuoespacial e a didática
visual pode vir a contribuir para uma mudança no modo de conceber a sala inclusiva. Assim,
entendemos que, além de contribuir com o processo formativo de professores de salas
inclusivas, esta pesquisa pode também oportunizar a esses docentes uma reflexão sobre sua
prática no contexto da educação de surdos, o que, por conseguinte, refletir-se-á na vida escolar
futura de seus alunos
Descrição
Palavras-chave
Sala inclusiva, Formação de professores, Alunos surdos, Comunicação visuoespacial, Ergonomia, Didática visual
Citação
LAVOR, Patrícia Lucena de. Sala inclusiva: uma proposta didática para professores de alunos surdos e ouvintes. 2022. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino Tecnológico) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Campus Manaus Centro, Manaus, 2022.