Resistencia anti-helmíntica em cordeiros pós uso do monepantel.

Abstract

A ovinocultura é uma atividade de grande importância no país, é baseada na exploração de carne e lã. Porém enfrenta um grande problema na sua expansão: a ocorrência das verminoses nos rebanhos ovinos. Esta enfermidade causa sérios prejuízos econômicos aos criadores, pois diminui a produtividade e aumenta a taxa de mortalidade. Para tratamento, são utilizadas diversas classes de anti-helmínticos, no entanto, devido ao uso indiscriminado, os parasitas desenvolveram resistência, tornando os protocolos ineficazes. O objetivo geral do presente estudo foi avaliar a redução na contagem de ovos por grama de fezes em ovinos após o uso de monepantel em cordeiros. Além de diagnosticar a situação da resistência anti-helmintíca nesses animais e quantificar a carga parasitária nas diferentes raças e cruzamentos. O estudo foi realizado com 90 ovinos e administrado monepantel (2,5 mg/kg, por via oral). A avaliação foi realizada em diferentes raças e cruzamentos: G1 - Ile de France (n=12), G2 - cruzamento Ile de France (n=12), G3 - Poll Dorset (n=4), G4 - Texel (n=4), G5 - Sulffolk (n=6), G6 - cruzamento Suffolk (n=7), G7 - Santa Inês (n=11), G8 - cruzamento Dorper x Santa Inês (n=4), G9 - cruzamento Dorper (n=15) e G10 - cruzamento White Dorper (n=15). A coleta de fezes e contagem de ovos por grama de fezes (OPG) foram realizadas em dois momentos para avaliação: M1 – antes da administração do fármaco e M2 – 14 dias após. A redução máxima na contagem de OPG foi de 100% na raça Texel e cruzamento Dorper com Santa Inês. O cruzamento Dorper teve a menor redução na contagem dos OPG com 32,45%. Os ovinos de raça pura apresentaram menor número de OPG de Strongyloidea (M1 280,55 ± 536,526; M2 35,13 ± 105,97) quando comparados aos animais oriundos de cruzamento (M1 887,27 ± 1382,12; M2 407,27 ± 772,16). Foi observada resistência parasitária ao monepantel em oito das dez raças e cruzamentos utilizadas no estudo para Strongyloidea.